terça-feira, 19 de abril de 2011

Soletrando

No Parsifal

O controlador do maior grupo de escolas privadas do Brasil, e um dos maiores da América Latina é o libanês naturalizado brasileiro, Chaim Zaher, que trabalhou como mascate antes de enveredar pelo negócio da educação e ficar bilionário com isto.

Chaim, 57 anos, controla o Sistema Educacional Brasileiro (SEB), proprietário da rede COC, Pueri Domus e Dom Bosco, que juntas têm 70 mil alunos, 10 mil funcionários e um faturamento anual de R$ 400 milhões.

Ano passado o SEB vendeu, para a britânica Pearson Educacion, controladora do “Financial Times”, a sua divisão de materiais didáticos por R$ 888 milhões e investiu tudo na modernização das suas unidades escolares.

Chaim critica o ensino público, declarando que os recursos educacionais são mal aproveitados e mal gerenciados: "É fato, nem todo diretor pedagógico é um bom gerente, um bom administrador. E toda escola tem de ser tratada assim, como empresa", afirma.

O raciocínio do patrício é exercício para convencer o governo de que a gestão das escolas públicas deve ser privatizada, mais ou menos assim como alguns governadores e prefeitos já fazem com a saúde, onde alguns hospitais são entregues à gestão privada: seria uma espécie de SUS da educação, onde a empresa gestora administra a unidade e recebe pelos serviços prestados.

Eu não estou certo de que isto melhoraria o sistema educacional do Brasil, elevando a qualidade das escolas públicas, pois o preço por aluno, pago pelo governo, não chegaria a 20% daquilo que as escolas particulares de boa qualidade cobram.

Não acredito que o Chaim Zaher consiga a excelência que oferece em suas escolas, que chegam a ter mensalidade de R$ 1 mil, recebendo 10% disto do governo, por aluno mês.

Mas, numa coisa ele está certo: os recursos educacionais são muito mal administrados e isto precisa ser corrigido.

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