sábado, 14 de novembro de 2009

NOTA DE REPÚDIO À PRISÃO DE LÍDERES DO MST

O PSOL-PA vem a público manifestar seu repúdio ao recrudescimento da violência perpetrada pelo governo do estado e pelo Judiciário contra os trabalhadores sem terra, representados pelo MST. Três integrantes do movimento estão presos, sete outros já estão com mandado expedido, totalizando dez mandados de prisão.
Os governos federal e estadual, em vez de tratar a questão da reforma agrária como um problema social, tentam resolver a questão como caso de polícia. Criminalizam o movimento e alardeiam aos quatro ventos a difamatória versão de que o MST seria uma quadrilha de criminosos e baderneiros. “Esquece” de divulgar os números da violência contra os trabalhadores rurais. Só em 2008, segundo dados da CPT, 42 mil famílias estiveram envolvidas em conflitos agrários. Destas 2 mil foram expulsas de suas terras, 2 mil tiveram suas casas destruídas e outras mil viram suas roças serem destruídas pelo jagunços pagos pelo grande latifúndio. Dos 28 trabalhadores assassinados em 2008, 80% estão na região norte do país. O Pará, mais uma vez, é o campeão nacional de mortes no campo e de trabalho escravo. Estes números, infelizmente, não são divulgados pelo governo.
A justificativa para a decretação da prisão preventiva dos líderes do MST é de que a liberdade deles estimula a impunidade. Triste o papel desempenhado pelo judiciário brasileiro. Impunidade é não haver ninguém preso depois que 19 trabalhadores foram assassinados pela Polícia Militar em 1996 na curva do “S”, em Eldorado dos Carajás. Impunidade é ver um sonegador, grileiro e corruptor como Daniel Dantas estar em liberdade mesmo depois de condenado. Impunidade é constatar que a justiça usa dois pesos e duas medidas ao prender lutadores do povo e absolver os representantes do grande capital.
A governadora Ana Júlia desempenha um papel vergonhoso ao se somar ao grande latifúndio e atacar publicamente o MST. Antes, quando sindicalista, participou ativamente da luta pela reforma agrária. Hoje, investida do cargo de chefe do executivo estadual, serve de algoz daqueles que lutam pelo direito de ter uma terra para plantar. Isso foi visto anteriormente, com a malfadada “Operação Paz no Campo”, no Sul do Pará, com reintegrações de posse por meio da utilização de torturas e prisões de dezenas de trabalhadores. Sem falar que segue a impunidade em relação às milícias que assassinam lideranças camponesas.
O PSOL paraense está ao lado dos trabalhadores sem terra em sua luta pela reforma agrária. Denuncia a campanha de criminalização dos movimentos sociais, principalmente do MST, e exige a imediata libertação dos presos, bem como a revogação imediata dos mandados já expedidos.
- CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
- FIM DAS MILÍCIAS E DA PISTOLAGEM NAS FAZENDAS
- TODO APOIO AO MST E À LUTA PELA REFORMA AGRÁRIA
- LIBERDADE DOS PRESOS DO MST E REVOGAÇÃO DOS MANDADOS EXPEDIDOS
Belém, 13 de novembro de 2009
Executiva Estadual do PSOL-PA

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