Por Cida Abreu
O Dia Nacional da Consciência Negra representa a celebração da nossa história como referência da luta contra a construção perversa de desigualdade humana, que durante 500 anos marcou nossa população com estereótipos que se perpetuam no tempo, como a incapacidade social, política, intelectual pela cor da pele, que é posterior a um processo involuntário à vontade dos negros e negras africanos e do Brasil no regime escravocrata.
O Movimento Negro Brasileiro, responsável pela pauta de combate ao racismo e pela defesa das ações afirmativas no Brasil, traz à tona neste mês da consciência negra a avaliação das transformações alcançadas e dá maior visibilidade aos ataques dos conservadores e racistas, que em seus destemperos críticos, reforçam a cada dia os acertos nas lutas de organização e resistência de nossos ancestrais. Foram estes guerreiros, que nos prepararam para sobreviver. Eles nos fizeram herdeiros da batalha e nos deixaram um legado histórico que fortalece o princípio da nossa luta contra a opressão social e racial e uma vida digna, com liberdade, igualdade e cidadania para os trabalhadores de todas as cores.
A agenda do Combate ao Racismo emerge da necessidade de liberdade e consideração pela nossa história, pela nossa contribuição ao projeto político de nação e de conscientização para que toda a população rejeite e denuncie as inúmeras formas de discriminação direcionadas a seres humanos jovens, adultos e idosos negros e negros.
Nos dias atuais, não podemos negar a existência do racismo e a importância de ter sido quebrado o mito da democracia racial.
Nos dias atuais, é fundamental defender as Cotas Raciais através do debate nas assembléias legislativas, inserindo no debate as iniciativas das reitorias universitárias e do Supremo Tribunal Federal.
Nos dias atuais, com nossas lutas históricas fazemos a defesa dos Remanescentes dos Quilombos, defendemos o decreto 4887, que visa regularização fundiária das terras quilombolas.
Nos dias atuais, defendemos a atenção direcionada a saúde da população negra e a implementação da Lei 10639/2003 nas escolas, a fim de preparar o mundo para entender, aprender e respeitar a histórias do povo negro neste país.
Nos dias atuais, integramos a campanha contra a Intolerância Religiosa e ao Genocídio da Juventude Negra.
Nos dias atuais, 757 municípios e 08 estados relembram no dia 20 de Novembro, o bravo Guerreiro Zumbi e com a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial o Brasil reconhece o Racismo e mostra no Relatório Anual das desigualdades que nosso país tem uma larga diferença entre Negros e Branco no sistema Sócio Político e Econômico Brasileiro.
Nos dias atuais, não negaremos nossa história e com veemência denunciaremos o Racismo como crime inafiançável e digno de toda forma de repúdio e condenação.
O Partido dos Trabalhadores, por meio da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo, compartilha destas e de todas as lutas e desafios que contribuam para ampliar os espaços e caminhos que promovam a Plena inserção de negros e negras na sociedade brasileira.
Viva Zumbi!
Cida Abreu é professora e secretária Nacional do PT de Combate ao Racismo
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