Por Damilson Barros
"Na política, os ódios comuns são a base das alianças." (Alexis de Tocqueville)
Conhecendo a política de Parauapebas. Podemos associar a política que nos angustia, à conquista e ao uso do poder para pode. Não gostamos dela porque o poder nos incomoda não é isso. A política em Parauapebas, porém, é mais que poder: é também capacidade de dialogar, organizar consensos e encontrar respostas para os problemas sociais que vivemos desde nossa emancipação política. Em nossa configuração democrática, a política civilizou os nossos políticos, além disso, educa e disciplina o poder.
A política persiste como um recurso social magnífico: é um instrumento para que se componham e se processem interesses, demandas, direitos e diferenças, base para a configuração de um “contrato social”, de um pacto político com o qual os distintos indivíduos e os distintos grupos possam viver juntos. É a perspectiva da polis, da comunidade política, que possibilita aos indivíduos, aos grupos e às sociedades o encontro de formas de ordem e coesão que não sejam impostas pela força, ameaça ou intimidação. Parabéns aos dois debatedores; Leônidas Mendes e Welney Lopes.
Adentrando no debate A política de Parauapebas está, hoje, controlada por uma “classe política” que não consegue se renovar e falar a linguagem do nosso tempo. Todos e tudo funciona de costas para a opinião pública, como se não conseguisse ouvi-la. Fechada em si, lenta, confusa, pouco apreciada, a política Pebense gira em torno das artimanhas do poder, indiferente ao modo como vivem as pessoas. Com isso, desqualifica-se ainda mais e sobrecarrega a nossa gente, que pagam por isso e dela não se beneficiam. Desencantados e decepcionados com seus políticos, nossos cidadãos se deixam seduzir por soluções salvadoras.
Assim podemos associar a política em Parauapebas simplesmente à conquista e ao uso do poder. Em quanto a sociedades atravessa desigualdades profundas, contagiadas pela mudança acelerada, nas quais são muitas as diferenciações e demandas, a luta por justiça, direitos e dignidade amplia-se e busca novas formas de expressão. Em quanto isso is nossos políticos ficam discutindo a melhor tática eleitoral, de que modo essa luta insere-se no quadro da democracia? Dessa forma as certezas da política são desafiadas e postas à prova. Então futuro parece hoje suspenso no ar, tragado pela diluição das esperanças e das utopias Leônidianas.
Não é mais suficiente reivindicar o direito de espernear sem ter condições de pôr em curso processos efetivos de contestação caro Welney Lopes. Muita coisa aconteceu entre a famosa frase de Aristóteles configurando o homem como um animal político (politikon zoon) e os recorrentes estudos científicos que tentam explicar a descrença generalizada com relação à política. Em muitos contextos caro, conversar sobre política proporciona interessantes contrações faciais nos leitores do seu texto e ouvintes, sutilmente desaprovando a emergência de tão desagradável tópico do seu governo passado. Talvez inda haja uma alternativa para os opositores mais têm que ser inventada, certamente, os inventores precisarão da política, do debate e da dialética para convencer as partes que eles estão de costas para a realidade.
Damilson Barros
"São poucos os políticos que sabem fazer política. Mas, quando um intelectual tenta entrar nesse meio, então é o fim do mundo." (Jorge Luis Borges)
Um comentário:
Caro Damilson,
Parabéns pelo texto, pela análise e pela coerência.
Apesar de verdadeiro talvez o grande problema seja o fato de o ódio ser o combustível que tem movido as alianças políticas.
Talvez seja utópico mas se um dia conseguirmos alianças alicerçadas em sentimento mais nobre e voltado para quem realmente necessita de dias melhores as coisas sejam diferentes.
Ainda há espaços para sonhar, ainda que cada dia mais estreitos!!!!!!
Abracos. Bom final de semana.
Welney Lopes
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