terça-feira, 29 de março de 2011

Transporte público coletivo de qualidade

Por Leônidas Mendes

Dando continuidade ao debate já iniciado acerca de algumas idéias e sugestões para melhorar a qualidade dos serviços públicos oferecidos à nossa população, bem como no intuito de contribuir para um futuro melhor para nossos jovens, venho me debruçando sobre a questão de nosso transporte urbano. Alguns pontos já me são (e acho que a todos), por demais óbvios:

1) necessidade de criação de novas linhas, nesse sentido, sugerimos:

a) linhas bairros a bairros (sem obrigatoriamente passar pela Cidade Nova – já com o trânsito bastante sobrecarregado);

b) linhas de integração (através das quais os usuários pudessem trocar de uma linha para outra sem a necessidade de pagar nova passagem);

c) os novos veículos devem ser obrigatoriamente identificados por uma cor para facilitar o acesso dos usuários e fiscalização do poder público sobre a qualidade da prestação de serviços (por exemplo: uma determinada Linha X, que ligaria os bairros X, Y e Z, passando por determinadas áreas, ruas e avenidas teria todos os veículos identificados pela cor verde – como se fez, e muito bem, com as motos que exploram o serviço de mototáxis: todas são amarelas);

2) renovação da frota, inclusive com a adoção de micro-ônibus em lugar das vans, posto que já ser evidente que estas não dão mais conta do crescimento do número de usuários com o conforto e segurança que população merece. Importante lembrar que, nesse caso, seria de bom alvitre se o poder público se associasse aos concessionários de exploração das linhas para garantir o financiamento da renovação da frota.

3) especificação dentro do espaço urbano de locais para funcionar como “ponto(s) de integração” das linhas – talvez fosse necessário se construir um ou dois terminais específicos para tal intento;

4) para que não se suponha que tenhamos intenção de atingir ou prejudicar os interesses das cooperativas, pensamos que talvez seja necessário propor um sistema de dupla tarifa, isto é, uma tarifa (menor) para as linhas normais e outra (um pouco maior) para as linhas de integração;

5) obviamente, e a Lei já o obriga, será necessário licitar a exploração das concessões das linhas, entretanto, se poderia pensar, como parte da política de garantia e geração de emprego e renda à população local, mas se prejuízos para os usuários, num acordo junto ao Ministério Público estabelecendo-se um prazo para que as cooperativas de motoristas se preparassem; não sei, talvez 180 dias ou menos (ou mais – dependeria das negociações);

6) necessidade, seja para cooperativas e/ou para empresas, que venham a explorar o serviço de transporte público de Parauapebas, que seus motoristas e cobradores façam treinamento em relações humanas e pessoais para desenvolver o hábito de lidar com situações adversas, com a insatisfação, as queixas (que sempre existirão) e até o mal-humor dos usuários (que é quem pagará pelo funcionamento do sistema), além, é claro, de primeiros socorros e de atendimento diferenciado para portadores de necessidades especiais e idosos;

7) e, no meu entender, o mais importante, a criação do Conselho Municipal de Transporte Público (CMTP), com representação tripartite, ou seja, do poder público (Prefeitura, Câmara e Ministério Público), dos concessionários (cooperativas, motoristas, empresas ou quem quer que seja) e da sociedade civil (empresários, trabalhadores, estudantes, idosos, portadores de necessidades especiais, entre outros). Este ponto, e sua composição, podem e devem ser negociados. O que não podemos é abrir mão da criação do conselho e da participação da sociedade nele, bem como de algumas funções mínimas, como, por exemplo: estabelecimento da tarifa, fiscalização dos serviços, definição de políticas públicas de transportes e mobilidade urbana, criação de novas linhas, entre outras.

Estas sugestões podem (e acredito que não são) as melhores; mas, podem servir de ponto de partida para uma discussão mais ampla (e, por isso, peço sua ajuda e a de seus leitores). O que, e isto, me parece, óbvio, não pode mais continuar é este caos em nosso sistema de transporte urbano.

Lembro que muito do que te exponho deve-se a conversar que estamos levando com os sempre “bons amigos” (os de sempre, inclusive, você); mas, também com companheiros das cooperativas, profissionais, estudantes, usuários em geral.

Um comentário:

Anônimo disse...

apoiado leo concordo com tudo que vc citou esse transporte de parauapebas ta um verdadeiro caos