A verdade – a dolorosa verdade – é que nós, de Belém, não conhecemos o Pará.
Achamos grande coisa quando vamos “veranear” em Algodoal, Ajuruteua ou Salinas.
E nem nos damos conta de que as estradas que nos levam a esses lugares – ou a até perto deles – mais parecem uma miragem em relação a uma Transamazônica, por exemplo.
Se as pessoas de Belém conhecessem a dramática realidade do Sul e Sudeste do Pará, da Transamazônica e do Baixo-Amazonas, talvez não dissessem tanta bobagem quando o assunto é a divisão territorial.
Em primeiro lugar, não é verdadeiro o argumento de que apenas os políticos dessas regiões é que lutam pela divisão.
E se as pessoas parassem um pouquinho para pensar naquilo que estão a dizer, perceberiam logo que isso não tem pé nem cabeça.
Afinal, o que levaria esses políticos a defender uma proposta tão grave, se ela não tivesse base popular?
Por acaso vocês conhecem algum candidato ao Governo do Pará, que, em plena eleição, tenha dito com todas as letras que é contra a separação dessas regiões - e tenha conseguido se eleger?
Então, o que é que faz com que os políticos favoráveis à divisão tenham a coragem de expressar isso durante um processo eleitoral, e os políticos contrários não tenham a coragem de fazê-lo?
É por que temem perder simplesmente o voto do Lira Maia, do Giovanni Queiroz ou do Parsifal Pontes?
Ou é porque sabem que, se forem contrários à divisão, perderão maciçamente os votos dessas regiões?
Então, é preciso parar de tentar tapar o sol com a peneira: o desejo de separação existe, sim, e maciçamente, entre os cidadãos dessas regiões. Continua.
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