Faisal Salmen - Ele foi o primeiro prefeito de Parauapebas, após trabalhar para emancipação do município que era gerido por Marabá. Logo depois foi eleito deputado estadual e atualmente exerce o cargo de vereador. Novamente coloca seu nome para avaliação popular disputando uma cadeira para a Assembleia Legislativa Estadual. Durante a entrevista, e muito emocionado, ele fala sobre a atual realidade política e econômica do município, além de levantar a bandeira em defesa de mais investimento por parte da Vale.
Correio do Pará – O senhor foi o primeiro prefeito de Parauapebas, Deputado Estadual e agora vereador. Como um grande conhecedor, qual sua avaliação sobre a atual realidade do município?
Faisal – “A situação de Parauapebas é preocupante no que se fala em futuro. Somos uma cidade que exporta matéria-prima e nossa história não é diferente de outras cidades interioranas que exportaram matéria-prima. Seja em Potosi, na Bolívia, Ouro Preto, Serra Pelada, ou mesmo Itabira, que foram cidades que exportaram minério de ferro, e há um ciclo definido, ou seja, não se produz, se tira permanentemente e isso um dia acaba. Então dizer que a reserva de Carajás dura 400 ou 100 anos é uma mentira. Há uma avidez da importação do minério de ferro, principalmente por parte da China, que é o monomotor que pilota o mundo, pois se a China quebrar, nós também quebramos. Só que diante disso tudo, o que me deixou mais indignado foi termos perdido aquilo que é nosso direito, causado por injustiça da Vale, do Governo Federal, Estadual e da classe política da época. Em março de 2008 reuniram-se o Presidente da República; a governadora do Pará; o atual presidente da Vale, Roger Agnelli; o prefeito de Marabá, Tião Miranda; e os vereadores, quando foi definido o destino de Marabá e consequentemente o de Parauapebas. A siderúrgica sendo implantada em Marabá foi um golpe fatal para nós,e o silêncio da população parauapebense é o que me incomoda muito. Admiro o presidente da Acip, contudo, temos que nos unir e dar uma resposta à essa situação, pois estamos perdendo um investimento inicial de 15 bilhões, que vai para Marabá. A Vale irá investir 60 bilhões nos próximos quatro anos no Pará, sendo que metade é para a nossa região, que seria para Canaã, Curionópolis, Ourilândia e uma região mais distante, que é Paragominas, mas desconheço um só investimento para Parauapebas”. Entrevista completa aqui
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