Por Marcus Quintella
As estatísticas e os fatos revelam que a maioria do povo brasileiro carece, cada vez mais, de ser atendido em suas necessidades humanas básicas, tais como saúde, educação, habitação, saneamento básico, nutrição, segurança pública e transporte público, sendo que as deficiências no atendimento dessas duas últimas questões vêm atormentando, desgraçando e limitando, em grande escala, a vida dos habitantes de nossas médias e grandes cidades, desde o final do século passado.
Nos dias de hoje, eu excluiria a segurança pública e o transporte público do rol das necessidades humanas básicas e passaria a considerar esses itens como pré-requisitos para que as demais necessidades possam ser alcançadas ou oferecidas. Dessa forma, o binômio segurança pública-transporte público seria o alicerce para a construção de cidades humanas e socialmente justas, visto que esses dois serviços públicos são os únicos que participam e afetam cotidianamente as vidas de todos os cidadãos, independentemente de raça, credo, idade ou posição social.
Defendo a tese de que uma sociedade que não dispõe de uma segurança pública confiável, justa e eficaz e de um transporte público abrangente, integrado e competente não poderá proporcionar bem-estar e felicidade para todos os seus membros, pois também não será capaz de oferecer a seu povo benefícios como hospitais, escolas, redes de água e esgoto e alimentos.
Como exemplo, vou citar duas cidades sul-americanas, Buenos Aires e Santiago do Chile, que, apesar de serem consideradas cidades de grande porte, com os mesmos problemas sociais das cidades brasileiras, seus cidadãos usufruem de uma tranquilidade quase provinciana e bucólica, vivendo seguros e tendo à disposição um eficiente transporte público, baseados em trens, metrôs e ônibus. A vida corre mais fácil, menos estressante e mais proveitosa, uma vez que a mobilidade urbana e a segurança estão garantidas. No caso das grandes cidades europeias, onde sempre há segurança pública e transporte de qualidade, as pessoas são mais afortunadas em suas vidas urbanas, pois podem passear pelas vias públicas a qualquer hora do dia e da noite, assim como os turistas, com poucas chances de serem assaltadas ou sofrerem violências e com seus deslocamentos garantidos, pois o transporte está disponível o tempo todo, seja por meio de ônibus, bonde, metrô ou trem. Leia mais
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