sábado, 30 de outubro de 2010

Jornalistas e blogueiros de esquerda sofrem perseguição

No último dia 23, o blog “O Escrivinhador”, do jornalista Rodrigo Vianna, um dos principais críticos da postura do PSDB/DEM nessas eleições, teve sua página infiltrada por um arquivo que propagava aos leitores aviso de dano ao computador. No mesmo dia, a situação se repetiu com o jornalista Luiz Carlos Azenha, da página “Vi o Mundo”. 
Vianna se resguarda da acusação de possíveis censores, motivados por interesses eleitorais. Porém, avalia que há uma tentativa clara de barrar o trabalho de jornalistas, colunistas e blogueiros que não sigam a cartilha da grande imprensa nesse período eleitoral.
“Existe uma tensão no ar. Quem pensa diferente fora dessa cartilha unificada da imprensa está correndo este risco. Ou de perder o emprego, ou de deixar de ser colunista. Ou de ter o seu blog invadido como aconteceu com o meu recentemente.”
Os casos que apontam essa falta de democracia são vários. Dentre eles, a demissão da colunista Maria Rita Kell, do jornal O Estado de São Paulo, o pedido do PSDB de evitar a circulação da Revista da CUT, além da investida da Folha de São Paulo para tirar do ar o site “Falha de São Paulo”, que faz uma sátira do jornal. No dia 18 de outubro, no Ceará, ocorreu a demissão do jornalista Dawton Moura, do Diário do Nordeste, devido à entrevista na página cultural com o pensador marxista Michel Löwy.
Vianna avalia que frente à fragilidade da oposição partidária, representada por PSDB/DEM, o papel de partido e de oposição conservadora fica com os grandes grupos de imprensa.
 “A presidenta da Associação Nacional de Jornais, a Judite Brito, disse com todas as letras que a imprensa cumpria papel de oposição no Brasil, porque os partidos estavam fragilizados, os partidos de oposição. Com isso, quem tem pensamento mais à esquerda e trabalha nesses meios está em uma situação muito difícil. Porque é quase um partido com direção e ideologia unificada. Se a gente pegar a Veja, Folha, Estadão, Globo – tanto a televisão como o jornal – seguem uma linha unificada. O reflexo disso é que as pessoas que pensam diferente acabam sendo excluídas.“
De são Paulo, para a Radioagência NP, Pedro Carrano. 

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