quarta-feira, 29 de julho de 2009

CRISE. QUE CRISE?

A estratégia da Vale: abandonar paulatinamente MG e ampliar Carajás.

Hoje a produção de minério de ferro da Vale se realiza em 2/3 em Minas Gerais e 1/3 em Carajás, no Pará. Porém, quando a empresa realizou um corte de custos na empresa, reduzindo de 300 para 200 milhões de toneladas de minério de ferro, 79,8% dessa redução se deu em Minas Gerais e 16,2% em Carajás. Se paralisou 4 minas no Estado (Água Limpa, Gongo Soco, Andrade e Jangada) e diminuiu drasticamente a produção no restante, incluindo na mina de Brucutu.

Esse abandono de Minas Gerais é parte da estratégia da empresa. Vejamos com as próprias palavras da empresa: “Nossa produção de minério de ferro está sob mudança estrutural, com o início da tendência na direção do avanço da participação do minério de Carajás de baixo custo e alta qualidade, aumentando nossa competitividade no mercado global.”[1]

“Os Sistemas Sul e Sudeste, responderam por 79,8% da queda de nossa produção total de minério de ferro de 27,6 Mt contra o 1T08.”[2]

A capacidade atual do sistema Norte da Vale, que é de 130 milhões de toneladas por ano, deve chegar a 230 milhões de toneladas a partir de 2014, enquanto que a capacidade do sistema sul/sudeste em Minas Gerais cairá de cerca de 200 milhões de toneladas para 100 milhões de toneladas, com fechamento definitivo de várias minas.

Por isso, a empresa está girando todos os investimentos para desenvolver Carajás, para que nesta região se produza 2/3 da produção total da Vale:
“Carajás 130 Mtpa. Este projeto brownfield, localizado no Sistema Norte, acrescentará 30 milhões de toneladas métricas por ano (...) Serra Sul (mina S11D). Este projeto, localizado no Sistema Norte, será o maior projeto greenfield da nossa história e o maior da história da indústria de minério de ferro. A capacidade de produção anual esta estimada em 90 milhões de toneladas métricas de minério de ferro.”[3]

“Os maiores fluxos de investimentos em projetos durante 2009 se referem ao Carajás 130 Mtpa (US$ 798 milhões), Serra Sul (US$ 675 milhões), Onça Puma (US$ 597 milhões), Tubarão VIII (US$ 527 milhões), Salobo (US$ 459 milhões), Omã (US$ 458 milhões), Moatize (US$ 444 milhões), CAP (US$ 405 milhões), Barcarena (US$ 314 milhões) e Bayóvar (US$ 279 milhões).” Release da Vale de 16/10/2008
[1] Relatório financeiro da Vale - 1º. Trimestre de 2009.
[2] Relatório de produção da Vale – 1º. Trimestre de 2009
[3] Relatório anual 2008 entre à Bolsa de Nova York

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