Perguntar não ofende: Compra de lona pode ser financiada pelo “Minha Casa, Minha Vida”?
O governo federal libertou 20 pessoas que eram obrigadas a pagar até pela lona que cobria o barraco improvisado em que viviam nas fazendas Asa Branca I e II, em São João do Carú, no Maranhão (não me lembro que família governa esse Estado… Alguém me ajuda? Entre o pessoal que era explorado, três jovens com 16 anos. Eles faziam a limpeza da área, dedicada à pecuária bovina, retirando arbustos e ervas daninhas.
De acordo com reportagem de Bianca Pyl, da Repórter Brasil, os empregados eram obrigados a viver em dois barracos cobertos por lona preta e folhas de bananeiras que eles mesmo construíram. De acordo com Klinger Moreira, auditor fiscal do trabalho que coordenou a operação, “o custo era zero para o empregador, já que a madeira e as folhas de palmeira ainda podem ser colhidas gratuitamente”. E também porque o fazendeiro Francisco Costa da Silva pretendia descontar o valor do material do que pagaria aos próprios empregados.
Daí, como eu disse, a importância de um programa como o “Minha Casa, Minha Vida” para levar dignidade aos grotões deste país, garantindo a lona com custo mais baixo e prestações suaves.
E vamos à casa imaginária montada pelos peões – Cozinha: a comida era preparada em um fogão de barro construído pelos próprios trabalhadores e a água para beber era tirada de cacimbas na terra ou de córregos. Quartos: os lençóis, sujos e rotos, foram trazidos de casa mesmo e serviam para proteger as redes à noite. Banheiros: as necessidades básicas eram feitas no entorno do barraco e o banho era em um igarapé. Para garantir a privacidade, palhas de palmeira cercavam o acesso à água. Afinal, perder a dignidade não, né?
Carteira de trabalho? Faz-me rir.
O fazendeiro pagou mais de R$ 63 mil referentes à rescisão do contrato de trabalho e as vítimas retornaram ao Pará, de onde haviam sido aliciadas.
Depois me dizem que não faltam alternativas e oportunidades neste país. A pergunta é: para quem?
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