A Política Nacional de Saúde Mental propõe a substituição do modelo medicalizante por uma articulação da rede de cuidados que é necessária para o cuidado na integralidade do indivíduo. Dessa forma, foi realizada a Oficina de Matriciadores de Álcool e outras Drogas, no Centro Universitário de Parauapebas (Ceup), entre os dias 13 e 15 de setembro, com o objetivo de formar multiplicadores para realizar o matriciamento das equipes de saúde da família na região Sul e Sudeste do Pará.
Matriciamento é um método de trabalho com o objetivo de fazer uma interconexão entre os serviços primário, secundário e terciário em saúde, além de também poder ter alcance nos diversos setores e secretarias do município, visando um acolhimento integral ao cidadão, que envolve não só a sua saúde física, mas também a psíquica e social. “Os servidores irão repassar como lidar e tratar o paciente com dependência de álcool e outras drogas, não só em Parauapebas, mas nos municípios vizinhos, ajudando-os a organizar a rede de atendimento”, disse Ana Paula Lamego Pacheco, médica e uma das palestrantes da Oficina.
Em Parauapebas, o departamento de Atenção Básica/Coordenação de Saúde Mental contou com a participação de diversos setores além das equipes de Saúde Mental, como educação e assistência social, “porque o tratamento da pessoa com dependência de álcool e outras drogas não é só um tratamento de saúde, precisa do envolvimento da sociedade, para tratar não é só médico e medicamento, é apoio social”, disse Ana Paula.
Os temas abordados durante a Oficina foram tratamento medicamentoso, a questão da terapia, da redução de danos e a questão de que a abstinência nem sempre é o alvo final.
Na articulação entre a saúde mental e a atenção básica, o profissional da saúde mental participa de reuniões de planejamento das equipes de Saúde da Família (ESF), realiza ações de supervisão, discussão de casos, atendimento compartilhado e atendimento específico, além de participar das iniciativas de capacitação. Tanto o profissional de saúde mental, quanto a equipe se responsabilizam pelos casos, promovem discussões conjuntas e intervenções junto às famílias e comunidades.
Já o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um serviço de saúde mental com equipes interdisciplinares que podem trabalhar com psicoterapia individual ou grupal, oficinas terapêuticas, visitas domiciliares, grupos de orientação aos familiares e diversas atividades envolvendo a população do entorno.
Ao CAPS cabe também o matriciamento, ou seja, a articulação da rede de cuidados em saúde mental, conferindo apoio, processos de supervisão e de intervenção em parceria com as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e com os Programas Saúde da Família (PSFs). Trabalha-se em parceria de modo que haja co-responsabilidade entre os serviços e as secretarias visando à cidadania, a qualidade de vida e a autonomia dos usuários atendidos pelos serviços.
Texto: Cristhianne Cardoso
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