sábado, 17 de setembro de 2011

Deputados discutem divisão do Pará na Alepa

Deputados federais, estaduais, prefeitos, vereadores, representantes de movimentos sociais de Belém e de várias regiões do estado do Pará estiveram presentes à sessão especial para discutir o plebiscito. A sessão realizada no último dia 15, no auditório João Batista, na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) foi solicitada pelo deputado Raimundo Santos e acirrou o debate entre os parlamentares que são contra a divisão e entre aqueles que defendem a criação de novos estados.

Os representantes das frentes Pró - Tapajós, presidida pelo deputado federal Lira Maia; Pró - Carajás, “Por Um Pará Mais Forte” - liderada pelo deputado João Salame; e o coordenador da frente parlamentar contra a divisão do Pará, deputado Celso Sabino, usaram a tribuna para defender suas ideias.

Na abertura da sessão, Raimundo Santos enfatizou que o debate sobre o plebiscito precisa ser feito com informações claras e justificativas verdadeiras para que a população tenha conhecimento real dos argumentos propostos pelas frentes. “A decisão está nas mãos do povo”, justificou.

Durante a discussão, outros parlamentares favoráveis a criação dos estados do Tapajós e de Carajás e contra a divisão do Pará se posicionaram com números baseados em estudos de viabilidade e conhecimento da realidade local.

O deputado Lira Maia iniciou a discussão defendendo o nível do debate sobre a criação do Tapajós. “Temos que fazer um debate verdadeiro sem informações pejorativas”, enfatizou.

O pronunciamento feito por João Salame que preside a frente a favor do estado de Carajás fez referência a ausência de políticas públicas para a região.

“O povo mais humilde da região precisa de mais escolas de qualidade. O hospital regional não atende a demanda. Não concordo com esse debate de que somos forasteiros e por isso defendemos a divisão.

Defendo o que é melhor para o povo e estou convencido de que os três estados serão melhores”, ressaltou.

Para o deputado Milton Zimmer, integrante da comissão Pró – Carajás, o interesse pela qualidade de vida da população deve estar acima de tudo “ não devemos fazer uma batalha política, mas uma luta por mais políticas públicas para a saúde, educação, transporte, segurança, agricultura sustentável”.

Ainda segundo Zimmer, na região acontecem vários crimes de repercussão nacional e internacional e por isso é vista de forma negativa como se lá fosse lugar de pistoleiros, exploradores e esquartejadores.

“Não podemos concordar com isso. Na região de Carajás existe pouco mais de 2.000 policiais, o que representa um policial para cada grupo de 776 habitantes. Um déficit de 1.115 policiais. Em Belém, o efetivo passa dos 6.500 policiais, contingente responsável para atender grupo de 207 habitantes”, afirmou.

A deputada Bernadete Ten Caten disse durante a sessão que é a favor da reorganização geopolítica para proporcionar a governabilidade no Estado com grandes lacunas políticas.

Celso Sabino que é contra a criação de novos estados, disse em seu discurso que concorda que há problemas estruturais nas regiões favoráveis a separação que dificultam o desenvolvimento “a situação tá muito difícil por lá, conheço o sul do estado.” Ele defendeu uma nova base política para fortalecer as ações em todo o Pará.

Por Assessoria de imprensa do deputado Milton Zimmer

2 comentários:

REFLETINDO O ENSINO disse...

Meus caros paraenses, seja de coração ou por naturalidade como eu, sem essa de forasteiros. De sã consciência não existe isso... Poderia dizer que, quem se sentem os farasteiros somos nós paraenses, quando chegamos nesta região. Moro em Parauapebas há 5 anos era não raro me perguntarem: tu és do Pará?
Aos políticos que defendem a reorganização política do Estado para melhorar a governabilidade e atender a imensa população desprovida de tudo e de todos, ótimo! Mãos à obra! Nós estamos mesmo carentes dos serviços básicos: educação, saúde, segurança pública; as questões fundiárias nem se fala - é caso de Força Nacional.
Saibam que até bem pouco tempo, aliás ainda tem escolas/instituições, inclusive a Câmara Municipal, não se tocava/toca o Hino do Pará - que abuso!
Governos e governos, empresários e empresários, bajuladores e bajuladores que se revezaram no poder, se tornaram em grandes latifundiários, claro não tem interesse pela região.
Nós estamos discutindo o assunto, precisamos mesmo de informações confiáveis.
Sou contra a divisão.
QUERO MEU GRANDE, UNIDO E BEM ADMINISTRADO!

REFLETINDO O ENSINO disse...

Caros paraenses de coração e paraenses por naturalidade, sem essa de forasteiros, esse discurso favorece a quem?
Forasteiros seríamos nós, paraenses natos, pois quando chegamos/chegam nesta região - Sul/Sudeste do Pará - é comum sermos perguntados: tu és do Pará?
Moro em Paraupebas há cinco anos, gosto desta Cidade. É uma cidade hospitaleira, rica em cultura... Falta valorizá-la.
Quando cheguei aqui, pasmem, não se entoava, nem se ouvia o Hino do Pará nas comemorações; nem na Câmara de Vereadores em determinadas ocasiões. Tive a oportunidade de participar da aula inaugural, março/2008, do Curso de Licenciatura Plena em Matemática - UFPA/UAB (na Câmara da Cidade) e percebi a ausência do hino do Pará, reclamei e solicitei que fizesse parte daquela solenidade... E cantei com orgulho o hino do nosso Estado, no que fui acompanhado por vários estudantes e pessoas presentes.
Aos Deputados que defendem a reorganização do Estado para melhorar a governabilidade, que o façam já. Mãos à obra!
Estamos carentes de tudo: na educação, na saúde, na segurança, principalmente. O latifúndio, a grilagem, invasões de terras públicas, etc., é uma questão de Força Nacional (não fizeram nada, talvez, porque o Lulinha tem grandes terras na região, aliás, o defensor da divisão, Duda Mendonça, também).
Nós que moramos nestas regiões nos sentimos esquecidos pelo governo estadual. Mas fica claro que a questão não é de divisão, é de modelo de gestão e de vontade política para que o governo fique mais próximo da sua população. Se líderes regionais e centrais entendessem a região como prioridade, ganhariam todos, visto que o problema é de investimento em infra-estrutura para a sustentabilidade é, também, de gestão pública dos recursos, de discutir o papel da VALE nesta estrutura de poder, não de divisão. Nossas riquezas estão se esvaindo, daqui a pouco restará só um enorme buraco, enormes desmatamentos e uma região devastada e espoliada, e, um povo pobre sofrido. Aliás, como foi com nossos ancestrais indígenas que perderam sua identidade cultural.
Precisamos de lideranças autênticas, não de usurpadores, não de bajuladores, não de quem só se apropria dos recursos públicos, não de enganadores.
Precisamos de justiça competente e célere.
Precisamos de um aparelho estatal que funcione em favor do povo.
Aprimore-se a gestão pública e o modelo de estado. Não a divisão!
QUERO O MEU GRANDE, UNIDO E BEM ADMINISTRADO!
Professor Senna - diretor da EEEM Gen Euclydes Figueiredo - Parauapebas.